TEMA DA SEMANA: Discos que ficaram em 1° lugar nos EUA em 2011
Desde seu anúncio, "Femme Fatale", sétimo álbum de estúdio de Britney Spears, já traz consigo uma grande responsabilidade. No dia 2 de fevereiro desse ano, a cantora postou em seu twitter a capa do disco, divulgou o título e ainda afirmou que seria "sexy, forte, perigoso, misterioso, divertido e confiante. Femme Fatale!". Será que toda essa estratégia de marketing era uma mera propaganda enganosa? É o que analisaremos...
Desde seu anúncio, "Femme Fatale", sétimo álbum de estúdio de Britney Spears, já traz consigo uma grande responsabilidade. No dia 2 de fevereiro desse ano, a cantora postou em seu twitter a capa do disco, divulgou o título e ainda afirmou que seria "sexy, forte, perigoso, misterioso, divertido e confiante. Femme Fatale!". Será que toda essa estratégia de marketing era uma mera propaganda enganosa? É o que analisaremos...
O disco, cuja edição normal possui 12 faixas, tem produções de Will.I.Am (Black Eyed Peas), Bloodshy & Avant ("Toxic", "Piece of Me") e da dupla, hoje em dia, super-estimada Dr. Luke & Max Martin (em 8 das faixas, se contarmos com as produções em parceria com o Benny Blanco). Em relação à última dupla, caso esse nomes pareçam estranhos, saibam que eles são os responsáveis por grande parte dos sucessos dos últimos anos, como "Girlfriend", da Avril Lavigne; "California Gurls", da Katy Perry; e "Tik Tok", da Ke$ha.
Refletindo sobre as canções citadas, é perceptível um certo padrão no estilo das músicas: repetição contínua de pequenas sílabas, palavras cortadas numa espécie de gagueira, melodia simples, uns "ôh ôh ôh" adicionais no refrão, enfim tudo para deixar a música mais grudenta, mais fácil de cantarolar, e assim estar literalmente na boca do povo. Relacionando a semelhança entre as músicas produzidas pela dupla e considerando que eles são grande maioria no conjunto do disco (8 das 12 faixas), chegamos ao problema do disco.
O disco inicia com "Till the World Ends", primeira das muitas faixas produzidas pela dupla Dr. Luke & Max Martin. Apesar de ser uma faixa dance animada, pronta para fazer sucesso nas baladas, se analisarmos por um nível mais crítico, podemos perceber que a participação da Ke$ha na composição acaba sendo uma espécie de assinatura da mesma - os "ôh ôh ôh", característicos de qualquer música da cantora, evidenciam a sua presença. Não é à toa que a mesma participa de um remix da música, diga-se de passagem, cantando o refrão de maneira muito mais empolgante que a própria Britney.
"Hold It Against Me" faz o estilo das músicas que estão fazendo sucesso agora: estrofes agitadas e refrão semi-lento. O que salva essa música mesmo é o break no meio que dá uma estremecida numa música que, a princípio, parecia não evoluir. "Inside Out" tenta integrar a sensualidade do R&B com a agitação do Eletro, mas o resultado não é dos mais satisfatórios. Diante das três produções mornas da dupla Luke & Martin que antecederam, sem dúvidas, "I Wanna Go" é a música que mais esbanja e mais invoca o espírito de balançar o esqueleto, provavelmente pelo refrão que segue aquele "protocolo da comercialidade". Analisem: "I-I-I wanna go-o-o all the way-ay-ay...". Pra quê consoantes? Qualquer criança sem seus dentes-de-leite cantarola essa música, facinho, facinho...
Podemos perceber claramente quando o disco dá uma pausa nas músicas de Luke & Martin. A próxima faixa, "How I Roll", não é óbvia e previsível como as quatro anteriores. A dupla de produtores, Bloodshy & Avant, inserem num disco de pop dance, algo que soa experimental, um instrumental que varia de uma combinação de pequenos ruídos, até compor uma melodia apenas com a respiração da Britney. É inovadora, exótica e por isso, um tanto deslocada do contexto descartável das outras faixas, representando algo finalmente interessante no disco assim como "Freakshow" no disco "Blackout".
Quando tudo estava muito genérico e sem personalidade, "(Drop Dead) Beautiful" aparece com a identidade que uma música da Britney precisa. É sexy, provocante e despretensiosa em termos de produção, o que faz com que a música se destaque dentro de um contexto muito formatado para o eletrônico pré fabricado demais. A música conta ainda com a participação da Sabi, uma cantora um tanto desconhecida que faz um rap (desnecessário) de menos de 15 segundos. "Seal With a Kiss" é mais uma faixa da já tão comentada dupla Luke & Martin. Não é uma faixa ruim. Isolada, é uma faixa média, mas em comparação às outras, se perde por não adicionar nada de novo.
Esse já não é o problema de "Big Fat Bass". Produzida pelo will.I.am, essa música segue a linha das músicas do último disco do Black Eyed Peas. Experimental, barulhenta e dispensável. Um conjunto de instrumentais reunidos sem nenhuma coesão formando uma grande bagunça sonora que, evidentemente, agrada apenas àqueles que só querem "dançar um batidão qualquer".
Aproveito a deixa para explicar minha teoria sobre o Will.I.Am. Acredito que ele continue criando batidas muito bacanas (um exemplo é a trilha sonora do filme Rio). Isso significa que ele não perdeu a criatividade, e sim, o bom senso. Ainda sobre "Big Fat Bass", resumo-me a dizer que esta faixa seria mais agradável se fosse cantada pela Fergie. Mesmo assim, tem muito potencial para se tornar um hit, pela repetitividade grudenta. E é esse mesmo detalhe que a faz ser um destaque, mas não positivo.
Quando tudo parece estar perdido, o disco dá uma pausa, não no ritmo, mas na barulheira sem propósito. "Trouble For Me" é dançante, mas agradável; soa atual, mas não como uma cópia de algo já feito antes. "Trip to Your Heart", segunda e última produção da outra dupla, Bloodshy & Avant, é parte importante da salvação desse disco. A música é realmente uma viagem de sons futuristas e melodia romântica; é encantadora como outra produção da dupla, "Unusual You", provavelmente uma das melhores músicas de toda a carreira da cantora.
"Gasoline" é outra delícia de se ouvir. Poderia se encaixar perfeitamente em algum disco anterior a 2005, quando a cantora fazia um pop mais natural e ainda mantinha resquícios de sanidade. Para fechar o disco com chave de ouro, após dançar com 11 faixas, eis que surge a redenção. "Criminal", linda balada sobre um amor bandido, encanta com sua suavidade envolvida em um tom de mistério, belamente entoado ao som de uma flauta. É tocante como "Oh Father" ou "Secret", ambas da Madonna.
Britney Spears, que já foi considerada a princesinha do pop, já não é mais a mesma. Os anos se passaram, e com eles também se foram a sanidade, o frescor e a perspectiva de que um dia a cantora faria algo autêntico, inovador e de qualidade certificada. Felizmente, o que a cantora ainda não perdeu é a companhia de bons produtores ao seu lado e o resultado disso é um disco que cumpre parte do que promete. É sexy, divertido, animado. Quanto à originalidade, diversidade de ritmos ou letras profundas, podem esquecer. Mas, pensando bem, músicas complexas em que haja uma voz que não seja robótica e letras que não falem apenas de dançar e sensualizar nunca foi algo que a Britney se propôs a fazer. Ela quer apenas que nós dancemos e sejamos fatais. Fique tranquila: dançaremos e seremos. =)
TOP 3:
DESTAQUES: "I Wanna Go", "(Drop Dead) Beautiful" e "Big Fat Bass".
MELHORES: "(Drop Dead) Beautiful", "Trip to Your Heart" e "Criminal".
MINHAS FAVORITAS: "(Drop Dead) Beautiful", "Gasoline" e "Criminal".
Nota: 8.4/10
Nota: 8.4/10
"Olhem só minha cara de empolgação!"
2 comentários:
bem eu tb fiz uma resenha, mas, já foram feitas tantas, que ainda penso se irei postar, dito isso, vamos aos fatos, é um bom álbum, o primeiro nos anos de carreira de britoca, em que ela não precisa provar algo, é bem superior a Circus, é melhor (eu acho), que blackout, mas, ainda assim, o melhor de sua carreira, o verdadeiro "femme fatale", até nas fotos, é In The Zone. Não?
bem eu tb fiz uma resenha, mas, já foram feitas tantas, que ainda penso se irei postar, dito isso, vamos aos fatos, é um bom álbum, o primeiro nos anos de carreira de britoca, em que ela não precisa provar algo, é bem superior a Circus, é melhor (eu acho), que blackout, mas, ainda assim, o melhor de sua carreira, o verdadeiro "femme fatale", até nas fotos, é In The Zone. Não?
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