SUB-TÍTULO: Quem espera, [nem] sempre alcança [o sucesso].
Demorou, mas saiu: "Love?", sétimo álbum da carreira da Jennifer Lopez, esteve envolvido em toda uma espécie de carga negativa em torno de seu lançamento. O disco que deveria ser lançado em janeiro de 2010 foi cancelado devido ao péssimo desempenho de seus dois primeiros singles - "Louboutins" e "Fresh Out The Oven" - , fazendo com que a própria J.Lo fosse demitida de sua então gravadora, Sony Music Entertainment.
De gravadora nova e com uma sonoridade mais comercial do que nunca, o "Love?", cujo single principal "On The Floor" já se tornou um hit das baladas por todo o mundo, traz faixas que misturam o pop, R&B e alguns poucos momentos de hip-hop. O sucesso é inegável, mas será que há do que se orgulhar neste álbum? Analisaremos...
Tendo passado por essa fase negra onde nada que ela lançava dava certo, a gravadora chamou uns nomes "infalíveis" para ajudar no projeto - que tal Stargate, grande produtor por trás dos atuais hits da Rihanna ("Rude Boy", "Only Girl", "S&M") e RedOne, produtor dos hits de ninguém menos que Lady GaGa?!
Stargate contribui com o reggae/pop "I'm Into You", que apesar das semelhanças com a caribenha "What's My Name", se sustenta como um destaque do álbum e o RedOne, embalado pela onda eletrônica que faz sucesso atualmente, traz 5 faixas dance, prontas para as pistas de dança, onde destacam-se a empolgante "On The Floor", a latina "Papi" e a mais 'GaGa' do disco: "Hypnotico". As outras duas faixas do produtor, "Invading My Mind" e "Charge Me Up", não tem nada de memoráveis - servem apenas para preencher o disco com mais batidas parecidas, no intuito único de fazer o ouvinte não parar de dançar, bem como a descartável "Everybody's Girl".
A dupla de produtores Tricky Stewart e The-Dream trazem as faixas mais R&B, das quais apenas a auto-explicativa "Good Hit" funciona de verdade. Embora a faixa esteja mergulhada em Auto-tune, a música é boa justamente por ser explicitamente artificial e não ter vergonha disso - não pretende ser mais que um grande hit viciante daqueles de ouvir e não conseguir ficar sem balançar ao menos o pezinho.
As outras produções, que poderiam ser mais rebuscadas, tentam mas não conseguem ser levadas a sério. "Take Care" poderia ser o auge com o melhor instrumental do disco, mas torna-se vergonhosa por causa de sua letra adolescente: "You're my everything I need and I love you, I love you, I really, really love you!". Já em "Run The World" e "Villain", o problema está na completa falta de personalidade da voz da Jennifer Lopez. Em "Villain", principalmente, a faixa não se decide entre ser sexy ou agressiva, e acaba por soar apenas inexpressiva.
Mas há momentos em que a cantora está em sua zona de conforto, e então ela pode brilhar como antes: a agradável "(What Is) Love?", a apaixonada "One Love", a balada "Until It Beats No More" e "Starting Over", uma das faixas mais consistentes do disco.
De forma geral, o repertório é bastante válido para uma cantora estreante que precisa agradar o público a qualquer custo, utilizando assim de remakes de músicas que dominam as rádios e as paradas de sucesso para que o objetivo seja alcançado pelo caminho mais fácil. A Jennifer Lopez, com seus respeitáveis mais de 12 anos de carreira, não precisava ter feito isso. Se cantar nunca foi o forte da Lopez, neste disco isso está mais que evidente pela falta de charme, simpatia ou um toque dela que, assim como no seu belo disco "Como Ama Una Mujer", nos convencesse que ao menos ela não era tão ruim quanto de fato é.
Analisando por um lado mais comercial, afirmar que a Jennifer Lopez não precisava ter 'se rendido e/ou vendido' é até covardia. No "Love?", não há inovações e tudo é premeditadamente feito para fazer sucesso. Se o objetivo é apenas este, missão cumprida. Afinal de contas, após quase cinco anos de fracassos, é merecido que ela sinta novamente o doce gostinho do sucesso, mesmo que seja com este disco medíocre e descartável.
DESTAQUES:
Good Hit
One Love
Hypnotico
One Love
Hypnotico
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