[MUSICA] REVIEW: Adele - "21" (2011)

TEMA DA SEMANA: Discos que ficaram em 1° lugar nos EUA em 2011


Nota do autor: Neste retorno do Circuito Pop, qual seria a melhor maneira de desejar sucesso ao blog? Falando sobre assuntos que remetem a sucesso. Portanto nessa primeira semana, minhas resenhas musicais serão sobre alguns discos que já ficaram em 1° lugar na parada americana em 2011.

E para começar, apresento-vos Adele:

"21", segundo disco da cantora britânica, Adele, de 21 anos (daí o título do disco), lançado em 21 de janeiro no Reino Unido e um mês depois nos Estados Unidos, traz 11 canções que tratam basicamente do amor durante o relacionamento, e todos os sentimentos que envolvem o mesmo: paixão, entrega, devoção, bem como desilusão, rejeição, mágoa e o término em si.

Para anunciar o que há por vir - letras sinceras sobre amor e ódio cantadas por uma potente voz -, o disco inicia com "Rolling In The Deep", ótima forma de abrir o disco! A melhor faixa do álbum e provavelmente uma das melhores faixas de todo o ano. Logo em seguida, o ritmo de "Rumour Has It", produzida pelo Ryan Tedder, poderia ser algo rebolante se cantado por alguma cantora negra popozuda. Mas a voz marcante da Adele e o rumo Soul que a música vai tomando fazem a faixa ser empolgante e viciante.

A seguir, "Turning Tables" e "Don't You Remember" chegam para diminuir o ritmo, a empolgação e, principalmente, a vontade de viver. Duas canções sobre fim de relacionamento. Na primeira, o problema está com o cara - "I won't let you close enough to hurt me" (Não te deixarei chegar tão perto a ponto de me machucar); na segunda, a rejeitada é ela: "Don't you remember the reason you loved me before?" (Você não lembra o motivo pelo qual você me amava antes?). canções boas, mas que, por muito pouco, não soam amargas demais.

Após duas músicas que, seguidas, chegam bem perto de serem piegas, temos agora duas para reanimar o que andava meio melancólico. "Set Fire to The Rain" devolve um fôlego potente ao disco com a voz da cantora bem aproveitada em um refrão marcante e instrumental de nível orquestral. Difícil não se apaixonar pela levada meio R&B da faixa que segue: deixando um pouco a raiva com os homens, em "He Won't Go" ela luta para continuar com um romance que todos dizem não dar certo - "If this ain't love, then what is? I'm willing to take the risk" (Se isso não é amor, então o que é? Estou disposta a correr o risco).

Como nem tudo são flores, a ressentida "Take It All", que possui uma sonoridade gospel devido à presença de um coro no refrão, é canção de entrega - "Gave you everything I had. Everything and no less" (Te dei tudo o que tinha, nada menos que tudo). A ótima "I'll Be Waiting" trata das dificuldades em esperar pelo seu amado, de uma forma contagiante como algo que a Corinne Bailey Rae faria em sua fase mais alegre. Na adorável "One And Only", de maneira lenta e suave, tudo o que ela pede é uma chance para ser a "one and only" (a única) para o seu amado.

"Lovesong" é um destaque do disco. Apesar de ser um cover do The Cure, a Adele conseguiu colocar seu estilo próprio na música, deixando-a do jeito que uma bossa nova moderna deve ser. A simplicidade dessa letra, com os dévidos créditos dados ao The Cure, somada à sutileza com a qual é cantada fazem dessa música uma contemplação para ouvidos necessitados de bons sons e para corações necessitados de bons versos - "However far away, I will always love you. However long I stay, I will always love you. Whatever words I say, I will always love you." (Não importa o quão longe, sempre te amarei. Não importa o quão distante, sempre te amarei. Não importa o que eu diga, sempre te amarei). *-*

"Someone Like You", faixa que encerra o disco, cumpre exatamente essa função. Toda a amargura contida em "Rolling In The Deep", e em várias outras, é simplesmente relevada nesta canção, que trata de superação e perdão. Sendo a música mais madura de todo o álbum, finalmente Adele parece ser capaz de perdoar e seguir em frente - "Never mind I'll find someone like you. I wish nothing but the best for you too" (Não me importa, encontrarei alguém como você. Desejo apenas o melhor para você também).

Ouvir esse disco e se manter imparcial é praticamente impossível. Adele consegue gerenciar, com maestria, canções de revolta ("Rolling In The Deep", "Set Fire to The Rain", "Take It All") com belas canções de amor e dedicação ("I'll Be Waiting", "One and Only") e tudo sem perder o foco.

** Em relação ao(s) disco(s) anterior(es) **

Não há dúvidas que o “19”, de 2008, é um ótimo álbum de estreia, mas ela peca por um problema crucial: a hermeticidade. As canções desse disco, com suas letras complexas e sonoridades não tão facilmente digeríveis, é um disco feito para um público mais seleto, para a apreciação principalmente e/ou apenas dos críticos especializados.

O “21” baixa um pouco a guarda e apresenta uma série de canções, não de inferior qualidade, apenas menos excessivamente rebuscadas, músicas mais acessíveis ao grande público. Uma bela prova de que é possível agradar a massa sem precisar perder em qualidade.

** Por que ficou em 1º nos EUA? ** 

Havia uma grande expectativa pelo lançamento desse disco nos EUA, considerando todo o furor que estava causando na Europa onde foi lançado um mês antes de chegar na América. Isso é bastante para ocasionar um grande número de vendas nas primeiras semanas, o que pode resultar em uma boa colocação na lista dos mais vendidos.

No caso da Adele, o disco se manteve no topo por 4 semanas desde o lançamento, perdendo o topo para o "Wasting Light", do Foo Fighters [que também receberá resenha], e voltando ao topo na semana seguinte. Porém, o grande "estrago" foi mesmo no Reino Unido: 11 semanas consecutivas no topo, vendendo mais de 2 milhões de cópias em menos de 3 meses!

DESTAQUES: Rolling In The Deep, Set Fire to the Rain e Lovesong.

MINHAS FAVORITAS: Rolling In the Deep, He Won't Go e Lovesong.

Nota: 8.7/10

Sorrindo de mãos cheias!